Vacinas contra o HPV não estão funcionando, concluem pesquisadores

A vacina contra o HPV para proteger contra o câncer do colo do útero não está funcionando, segundo um novo estudo.

As duas principais vacinas contra o HPV, Gardasil e Cervarix, estão levando o crédito por anormalidades cervicais que nunca teriam se transformado em câncer.

Essas anormalidades benignas – conhecidas como alterações cervicais de baixo grau – se resolveram espontaneamente, sem progredir para algo mais sério, independentemente de a pessoa ter ou não a vacina contra o HPV (papilomavírus humano).

Os estudos que investigavam a eficácia das vacinas deveriam ter se concentrado apenas na doença cervical de alto grau que muitas vezes se torna cancerosa, mas somente após 10 anos, afirmam pesquisadores das universidades de Newcastle e Queen Mary.

Os pesquisadores analisaram novamente 12 estudos que avaliaram a eficácia das duas vacinas. Os estudos não apenas incluíram alterações cervicais de baixo grau, como também testaram amostras cervicais a cada seis a 12 meses, em vez dos 36 meses mais usuais, e também estavam capturando muitos outros casos de anormalidades benignas.

“Encontramos dados insuficientes para concluir claramente que a vacina contra o HPV impede alterações celulares anormais de alto grau”, disse a pesquisadora Claire Rees. Em outras palavras, não havia evidências de que as vacinas estavam funcionando.

Em vez disso, as mulheres devem ter exames regulares como uma maneira mais eficaz de se proteger contra o câncer do colo do útero, dizem eles.

Outra prova de que a vacina pode não estar funcionando veio com a notícia de que as taxas de câncer do colo do útero aumentaram dramaticamente entre as mulheres no final dos 20 anos. Houve um aumento de 54% nos casos no Reino Unido na última década, o que os pesquisadores da Cancer Research UK dizem ser devido a uma queda na taxa de testes de esfregaço. Desde 2010, as taxas de aceitação caíram cerca de 8%. As vacinas contra o HPV foram introduzidas em 2008.


Referências

(Fontes: Journal of the Royal Society of Medicine, 2020; https://doi.org/10.1177/041076819899308; Daily Telegraph, 22 de janeiro de 2020)

Bryan Hubbard – wddty 012020

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